terça-feira, 27 de dezembro de 2011

«A Classe Média: ascensão e declínio»: já está à venda.

É já no final de janeiro que o livro estará nas livrarias (também nos supermercados Pingo Doce, e não sei se nas bancas/ quiosques). Para mim, este texto (que escrevi entre janeiro e maio de 2011) representa um duplo desafio: primeiro, o de tentar teorizar e refletir sobre um tema hoje tão candente para a opinião pública como é a «classe média», com base num registo discursivo que pretendeu ser cientificamente rigoroso e ao mesmo tempo acessível a cidadãos não especialistas e não académicos; segundo, o de assumir que o conhecimento sociológico só é verdadeiramente interessante se não se limitar a uma descrição "neutra" da realidade social, mas sim se conseguir manter o equilíbrio entre o esforço de objetividade e o sentido crítico sobre o tema em análise. O conhecimento só é enriquecedor se for ao mesmo tempo transformador e recusar os clichés e "pré-noções" acerca do fenómeno em estudo, ou seja, em vez da pretensa neutralidade assética é preferível a reflexividade analítica. Estes foram alguns dos princípios que nortearam o autor deste ensaio sobre a classe média e a sociedade portuguesa, no contexto de crise e austeridade que hoje atravessamos. O livro divide-se em duas partes: uma mais de reflexão teórica sobre o conceito de «classe média», com referência a diferentes correntes de pensamento (marxismo e weberianismo); e uma parte final mais centrada no caso português e nas suas especificidades, sinalizando processos e situações que ilustram aspetos da mentalidade, da cultura e da realidade socioeconómica do país a partir da reflexão sobre a sua frágil classe média (hoje à beira do empobrecimento).
ADENDA: Quanto à editora em causa -- a Fundação Francisco Manuel dos Santos --, vale a pena referir que os ensaios publicados (este é o vol. 23) representam a meu ver um importante contributo pedagógico para o auto-conhecimento da sociedade portuguesa. Há que realçar a atualidade da maioria dos temas, o extremo cuidado editorial e a própria estética na apresentação dos livros, bem como o marketing e a ampla divulgação das obras (a preços muito acessíveis). É verdade que, até agora, predominaram os contributos de autores mais próximos do leque político da direita e do "centro-direita", o que, pessoalmente, lamento. Porém, o meu nome não é certamente a única exceção a apresentar uma perspetiva assumidamente de esquerda.


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