segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O papel do sindicalismo na crise e a greve geral

(... e dos comentários no Facebook)

Acredito que serão as circunstâncias concretas que ajudarão a que os trabalhadores (e desempregados e reformados) se mobilizem, independentemente das correntes sindicais onde se inserem e dos alinhamentos ideológicos de cada um. Será isso suficiente para levar os dirigentes a reconhecer que a "unidade na ação" não é sinónimo de "estaremos unidos quando a união

se fizer na base do NOSSO programa (ou estratégia política)" mas faz-se, sim, na base de objetivos concretos? E quando a luta é tão abrangente e tem um sentido político (como atualmente), esses objetivos, se pretendem envolver amplos e diversos sectores profissionais, devem ser previamente negociados e consensualizados entre as estruturas dirigentes. Se uma greve geral for convocada por ambas as centrais (CGTP e UGT) terá um efeito muito maior do que se for apenas uma decisão da CGTP. Deixemo-nos de concorrência entre trabalhadores ou entre correntes sindicais, num momento em que mais do que nunca é preciso UNIÃO. Concertem-se, proponham soluções e medidas concretas, proponham um PACTO aos empresários assente na defesa da dignidade e de direitos essenciais dos assalariados, mas também assente na viabilidade das empresas, que premeie as empresas onde as boas práticas, as convenções coletivas e o diálogo sejam efetivos. Trabalhadores e empresários têm um ponto em comum: a defesa da empresa e a distribuição equilibrada dos dividendos. O campo sindical é hoje demasiado importante para ser pensado fora da sociedade e do sistema político. Que o sindicalismo português não está bem, todos o sabemos. Mas é preciso que os dirigentes percebam que o sindicalismo português pode beneficiar com a crise para se renovar e REUNIFICAR, na base da pluralidade e da autonomia e democracia internas! E o recado é tanto para a UGT como para a CGTP.

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