Acredito que serão as circunstâncias concretas que ajudarão a que os trabalhadores (e desempregados e reformados) se mobilizem, independentemente das correntes sindicais onde se inserem e dos alinhamentos ideológicos de cada um. Será isso suficiente para levar os dirigentes a reconhecer que a "unidade na ação" não é sinónimo de "estaremos unidos quando a união
se fizer
na base do NOSSO programa (ou estratégia política)" mas faz-se, sim, na
base de objetivos concretos? E quando a luta é tão abrangente e tem um
sentido político (como atualmente), esses objetivos, se pretendem
envolver amplos e diversos sectores profissionais, devem ser previamente
negociados e consensualizados entre as estruturas dirigentes. Se uma
greve geral for convocada por ambas as centrais (CGTP e UGT) terá um
efeito muito maior do que se for apenas uma decisão da CGTP. Deixemo-nos
de concorrência entre trabalhadores ou entre correntes sindicais, num
momento em que mais do que nunca é preciso UNIÃO. Concertem-se,
proponham soluções e medidas concretas, proponham um PACTO aos
empresários assente na defesa da dignidade e de direitos essenciais dos
assalariados, mas também assente na viabilidade das empresas, que
premeie as empresas onde as boas práticas, as convenções coletivas e o
diálogo sejam efetivos. Trabalhadores e empresários têm um ponto em
comum: a defesa da empresa e a distribuição equilibrada dos dividendos. O
campo sindical é hoje demasiado importante para ser pensado fora da
sociedade e do sistema político. Que o sindicalismo português não está
bem, todos o sabemos. Mas é preciso que os dirigentes percebam que o
sindicalismo português pode beneficiar com a crise para se renovar e
REUNIFICAR, na base da pluralidade e da autonomia e democracia internas!
E o recado é tanto para a UGT como para a CGTP.
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